A Tragédia Grega: Temas da Humanidade em Prometeu



A Tragédia Grega mostra a possibilidade da representação dos mitos, até então, transmitidos pela oralidade, e a interpretação e recriação dos mesmos, dependendo das preensões do autor que acolhe o simbolísmo mitológico da narrativa e toda a sua problemática para levantar o seu questionamento.

Mesmo sendo, a tragédia grega, de aspecto simples, ela não pode ser considerada uma inocente fábula narrativa. Ao contrário, a tragédia e seus mitos, assumem uma posição crítica e identificadora dos grandes temas da humanidade, tais como: os conflitos existências (ética, moral, conduta, deveres e obrigações); a religião, abordada na relação dos homens com seus “deuses”; a sociedade e a sua formação (justiça, política, poder e até “golpes de estado”).

Todos esse aspectos, e até mesmo outros de maior complexidade, o mito apresenta na sua simplicidade. Ao ser representada na antiguidade, a tragédia passou a induzir o homem a questionar alguns valores. Esses eram discutidos no espetáculo entre os atores que, em lugares privilegiados, não misturados ao “povo”, representavam a classe “nobre” (geralmente o herói mítico) e o coro que representava o povo e questionava os heróis e suas ações, ocasionando aos espectadores a possibilidade da imperfeição, até mesmo dos “heróis” e deuses, e o benefício de contestar e debater.

No mito, Prometeu Acorrentado, de Ésquilo, várias questões humanas estão ali fixadas. Ao ser acorrentado, Prometeu remete-nos ao tema "crime e castigo". O herói que está sendo punido, roubou o fogo de Zeus e também desrespeitou as ordens impostas pelo seu superior. Mesmo sendo a causa nobre, a salvação dos homens tornando-os civilizados, está bem latente aí questões jurídicas e éticas atuais.

Todo crime deve ser castigado, mas ao mesmo tempo, o ato de Prometeu nos impulsiona a pensar se todas as ordens devem ser acatadas sem questionamentos e até que ponto as sentenças são justas e a justiça imparcial?

Prometeu foi acorrentado por amor a raça humana. Zeus por acreditar que os homens, agora civilizados, assemelhando-se aos deuses, representavam uma ameaça a sua soberania, queria destruí-los. Temendo ser vítima de um “golpe de estado”, como o por ele promovido, as questões jurídicas aqui não são tão imparciais e a tragédia grega, ao apontar tais fatos, firma-se cada vez mais como uma obra atemporal.



Arquivo Cultura de Travesseiro:

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